Ômega 3 é um lipídio da família das gorduras poli-insaturadas, que são “gorduras do bem”. Nós (e nossos amigos peludos) não conseguimos produzi-lo endogenamente, por isso temos necessidade de obtê-lo através do alimento ou suplementos.
O Salmão, a sardinha e outros peixes de águas geladas e profundas são famosas fontes deste ácido graxo que, devido a isso, também é conhecido como Óleo de Peixe.
As sementes de linhaça, de milho, de girassol e algumas castanhas são fontes vegetais de ômega 3. Mas é importante ressaltar que cães e gatos não conseguem sintetizar EPA e DHA através dos vegetais.
Vamos descobrir outras curiosidades?
Na década de 70 relacionou-se a baixa incidência de doenças cardiovasculares nos habitantes da região do Ártico a dieta rica em peixes de águas geladas e profundas. Com o avanço dos estudos, identificou-se também que esta população tinha baixa incidência em diversas patologias, problemas articulares e processos inflamatórios, problemas oculares, disfunções cognitivas e até câncer.
Na veterinária existem muitos estudos comprovando os inúmeros benefícios deste nutracêutico. Um que demonstra que cadelas prenhas suplementadas com Ômega 3 tem filhotes mais inteligentes. Outro que o Ômega 3 tem a capacidade de tratar cães atópicos e que sua ação anti-inflamatória após 2 meses de uso continuo é comparada a anti-inflamatórios convencionais.
O Ômega 3 de fonte animal (como peixe e ovos) é rico em Ácido EicosaPentaenoico (EPA) e Acido DocosaHexaeonico (DHA).
O EPA atua mais em processos inflamatórios. Por isso sua atuação é mais evidenciada em artrite, artrose, doenças articulares, obesidade e em doenças cardiovasculares. Ele também atua modulando os níveis de colesterol e de triglicérides no sangue e ajuda a reduzir os sintomas relacionados à depressão.
Já o DHA está mais presente no cérebro e olhos. Por isso diminui a chance de cães terem disfunção cognitiva (o “Alzheimer canino”), distúrbios de comportamento e problemas oculares (como a catarata).
á as fontes vegetais são ricas em Ácido Alfa-Linolênico (ALA), que no nosso organismo se transforma em Ácido Gama-Linolênico (GLA) que por sua vez é transformado em EPA e DHA. Mas como falei acima, os cães e gatos não conseguem converter o GLA em EPA e DHA. Porem o GLA tem uma potente ação anti-inflamatória em atopias e problemas de pele. Por isso nossos amigos pets com problemas dermatológicos se beneficiam com a suplementação de nutracêuticos ricos em ALA e GLA (em um outro artigo me aprofundarei mais neste benefício).
Revisando os principais benefícios:
- Eliminar as inflamações, atuar positivamente na obesidade e nas doenças articulares;
- Cuidar da saúde cardiovascular, reduzindo formação de coágulos e medulando os níveis de colesterol e triglicérides;
- Atuar no cérebro, melhorando a capacidade intelectual de filhotes, diminuindo os sintomas da depressão e distúrbios de comportamento e evitando a disfunção cognitiva;
- Reduzir atopias e problemas dermatológicos,
- Atuação positiva em todos os processos do câncer: na prevenção (inibindo a carcinogênese – processo de formação da doença), inibindo o crescimento de tumores já instalados e potencializando os efeitos dos quimioterápicos;
- Na saúde dos olhos (protegendo a retina contra inflamações, melhorando a vascularização e inibindo a formação de catarata).
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Autor: Dr. André Kater
Farmacêutico veterinário apaixonado por cães e gatos. Pai de cão (Thor) e gata (Zefa)