ADOTEI MAIS UM GATO: E AGORA?

Adotar é tudo de bom! O pet ganha um lar, você ganha um amigo e muito chamego. E hoje daremos algumas dicas caso para quem quer adotar (ou adotou recentemente) um gato.

Existem 2 tipos de adoção: a planejada e a “no susto”.

Na planejada todos os integrantes da família sentam, conversam e escolhem tudo (cor, tamanho, temperamento, entre outros). É verdade que muitas vezes, vamos com uma ideia clara do pet que adotaremos e voltamos para casa “adotados” por um pet totalmente diferente. Mas planejar é sempre melhor.

Já a adoção “no susto” é quando um pet que aparece na sua casa, quando você aceita ser lar temporário e se transforma em lar permanente, quando um vizinho, amigo ou conhecido tem algum problema pessoal ou financeiro e não pode mais ficar com o pet. Tem aqueles caso do destino: passa próximo a uma feira de adoção, olha e sente um “amor à primeira vista” por um pet.

La em casa, a Zefa, o Thor e até o João Miguel (meu filho mais novo) foram “no susto”.

Independente da forma que a adoção foi feita, é importante caprichar na adaptação para que o novo integrante da família se sinta em casa e para que os outros moradores da casa fiquem felizes e o acolham. E hoje falaremos particularmente da adoção de um gato.

Processo de transição de lar

Gatos são territorialistas e sentem muito quando trocam de casa. Por isso é importante levar um pano, uma caminha, ou qualquer coisa que tenha o cheiro do ambiente de morada antigo. Se for filhote a importância é maior ainda, pois o cheiro da mãe e dos irmãos remete a acolhimento, segurança e amor. Parece bobo, mas se atentar para isso pode ajudar muito na adaptação.

A chegada no novo lar

Escolha um cômodo para deixar o gatinho novo. Se tiver um outro pet, de preferência a um cômodo que não seja o principal do pet antigo. Neste primeiro momento não coloque o gato novo em contato com outros pets da casa. Pode gerar ciúmes, medo, insegurança e outras sensações ruins.

Coloque água, a ração e a caixa de areia neste cômodo (a caixa de areia tem que ficar o mais distante possível da comida e da água). Este é o momento dos humanos que vivem nesta casa sociabilizarem brincando e dando carinho. Espere até perceber que o novo integrante está seguro com a nova casa. O tempo varia de indivíduo para indivíduo. Pode ir de algumas horas a alguns dias. Quando ele estiver bem à vontade, se alimentando, brincando e fazendo suas necessidades no local é hora de apresenta-lo aos outros pets.

Contato com outros pets

Coloque o gatinho novo dentro da caixa de transporte e traga o pet antigo para este cômodo. Se tiver mais de um pet, traga um por vez (principalmente se for um cão estabanado).

Deixe o pet antigo cheirar, rondar quantas vezes for necessário, até ele se acostumar. O importante, neste momento é não deixar eles se tocarem e ficar atento para evitar que a situação fique muito estressante.

Esfregar um pano no gato novo e colocar este pano embaixo da vasilha de comida e água do pet antigo (e vice-versa) pode agilizar o processo. Trocar os pets de cômodos também ajuda na ambientalização do cheiro.

Se um deles demonstrar atitudes agressivas, repreenda-o com amor, com carinho. E quando acalmar de uma recompensa gostosa, para que ele entenda que a presença deste novo gato é algo bom. Recompense também o gatinho novo. Atitudes como recuo, insatisfação ou recusa da recompensa, demonstram que a interação não está sendo boa. Pare e volte para estratégias de acostumar com o cheiro (pano debaixo da comida e troca de ambientes).

Caso a recompensa seja bem aceita pelos dois, abra a caixa de transporte e deixe o gato novo sair. Continue recompensando os dois para estreitarem este relacionamento. Se a agressividade persistir, repreenda o agressor com um jato d’água. O importante é ficar atento e ter muita paciência.

Hora do gato novo explorar novos cômodos

Depois que os pets estiverem acostumados com a presença e o cheiro do outro, é importante levar o gato novo para conhecer os outros cômodos. Leve sempre a caixa de transporte, pois ela é o elo de segurança do gato novo. E deixe por ultimo o cômodo de preferência do pet antigo. Levar brinquedos e caixas de papelão em cada cômodo favorece a interação.

Depois de todas essas etapas estarem muito bem aceitas, controladas e harmoniosas pode soltar os gatos no mesmo ambiente. Ainda assim é importante colocar prateleiras para fugas e  proporcionar locais mais tranquilo no alto. Troque a água no mínimo 2 vezes por dia e deixe pelo menos uma caixa de areia a mais do que a quantidade de gatos.

Muitos acreditam que um gato é pouco, dois é bom, três é bom demais.

E você, o que acha? Deixe o seu comentário!

 

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Autor: Dr. André Kater
Farmacêutico veterinário apaixonado por cães e gatos. Pai de cão (Thor) e gata (Zefa)

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