Sim, desde o passado remoto, os estudos de tratamentos de doenças com formulações andam com os estudos Veterinários.
Os “Papyrus de El-Kahun” são uma coleção de textos egípcios antigos que se destacam não por serem os mais antigos (a maioria dos textos são datados de 1825 a.C), mas por ter o Papiro Veterinário (que descreve procedimentos de diagnósticos, prognósticos e tratamentos de diversas espécies animais) e o Papiro Ginecológico de Kahun (que descreve doenças e formulações de preparações para o tratamentos delas).
Pouco mais de 2000 anos antes (por volta de 4000 a.C.), na China, Ma Shin Huang deixou os primeiros registros de acupuntura animal. Este fato deu-lhe o título de Pai de Medicina Tradicional Chinesa Veterinária.
Na Índia em 2350 a.C. Salihotra deixou o “Salihotra Samhita”, um tratado descrevendo a anatomia, fisiologia, cuidados e manejo de cavalos e elefantes, sendo considerado o Pai da Medicina Veterinária da Índia.
Em 250 a.C., o rei Asoka constrói o primeiro Hospital Veterinário da Índia.
Na Era Moderna, a primeira escola de medicina veterinária foi criada em 1762 graças aos esforços de Claude Bourgelat, que também inventou o hipsômetro (instrumento para medir cavalos). Em 1779, após sua morte, foi considerado o Pai da Medicina Veterinária Científica e Patrono da Medicina Veterinária Mundial.
No Brasil, Dom Pedro II foi o idealizador do movimento de construção de uma Escola de Ciências Agrarias após uma viagem à França em 1875, onde visitou a Escola Veterinária de Alfort. Mas a criação da primeira escola veterinária no Brasil se deu no regime republicano. O decreto 2232 de 06/01/1910 determinava a criação da Escola Veterinária do Exército (que iniciou as atividades em 07/1914) e o decreto 8919 de 20/10/1910 determinava a criação da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (que iniciou as atividades em 06/1913) ambas no Rio de Janeiro.
Em 1911, a Congregação Beneditina Brasileira do Mosteiro de São Bento sugere a criação de um curso de Ciências Agrárias (Agronomia e Veterinária), que teve seu início em 06/1914.
Dionysio Meilli, farmacêutico formado pela Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia, solicitou matricula neste curso na condição de “portador de outro diploma em curso superior”. Por ter dispensa em várias matérias, formou-se em 13/11/1915 sendo o primeiro Médico Veterinário formado e diplomado no Brasil.
Logo o primeiro Médico Veterinário Brasileiro era também farmacêutico.
Autor: Dr. André Kater
Farmacêutico veterinário apaixonado por cães e gatos. Pai de cão (Thor) e gata (Zefa)